(Foto: Silvio Abdon)
CÂMARA DISCUTE SOLUÇÕES PARA MELHORAR ATENDIMENTO
OS
HEMOFÍLICOS NO DF
17/03/2011 13:08
Eliana Pedrosa e o Secretário de Saúde em audiência pública
para debater tratamento aos hemofílicos
A busca por alternativas para aprimorar o tratamento dos
pacientes hemofílicos do Distrito Federal foi alvo de discussões em audiência
pública, nesta quinta-feira (17), no plenário da Câmara Legislativa. O debate,
realizado por iniciativa da deputada Eliana Pedrosa (DEM), reuniu
representantes do governo do local, federal, do Ministério Público e de
entidades que lutam por melhores condições paras os portadores de coagulopatias
hereditárias.
Dentre os entraves para se garantir mais qualidade de vida
aos pacientes, estão a falta de medicamentos e de atendimento digno na rede
pública. Outra reclamação dos participantes refere-se à mudança do protocolo
para retirada dos medicamentos nas farmácias. “O Legislativo tem a obrigação de
atuar para garantir uma vida normal a essas pessoas, que vivem na angustia de
não saber se continuarão com o seu tratamento”, explica Eliana Pedrosa. A
distrital observa que esse é um problema que ocorre em todo o Brasil, mas que a
capital do país tem obrigação de irradiar práticas e discussões para todo o
território nacional.
O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, começou sua fala
relembrando o estado de emergência em que se encontra a saúde no DF e disse que
o governo está trabalhando para conhecer a fundo a situação do tratamento aos
hemofílicos e poder planejar a compra de medicamento sem recorrer a expedientes
emergenciais. Quem apresentou os dados sobre a situação do tratamento aos
hemofílicos foi a presidente da fundação Hemocentro, Beatriz Mac Dowel. “O
estoque de medicamentos não permitia atender nem a metade dos 107 pacientes
graves. Tivemos que estabelecer estoques estratégicos para garantir a equidade
do atendimento aos 455 pacientes do DF”, afirmou Beatriz.
A presidente do Hemocentro revelou ainda que o governo está
atualizando o cadastro de hemofílicos e que foi detectada a existência de
medicamentos fora do prazo de validade. “Na gestão passada, muito dinheiro foi
perdido em função da desorganização”. Após a exposição do relatório da
Secretaria de Saúde, Eliana Pedrosa disse que os dados sugerem a “existência de
pacientes fantasmas no DF”. A deputada Celina Leão (PMN), por sua vez,
acrescentou que está recebendo várias demandas da população em seu gabinete e
que a audiência pública é importante para esclarecer o “grave quadro em que se
encontra a Saúde no DF”.
A falta de medicamentos e fatores sanguíneos no
DF foi tratada pelo coordenador-geral de hemoderivados do Ministério da Saúde,
Guilherme Genovez. Segundo o representante do governo federal, existem duas
dificuldades para se mantiver os estoques no Brasil: previsão orçamentária e
pouca disponibilidade de produtos no mercado brasileiro, o que gera um preço
elevado. O escândalo da máfia dos Vampiros, em 2003, também dificultou o
processo de compras, que emperram na consultoria jurídica do ministério. “Aqui
no DF, recebemos cobrança pela falta de medicamentos, mas também há relatos de
medicamentos perdendo a validade nos estoques e até sendo vendidos por
pacientes em outras cidades”, ressaltou Genovês. Bruno Sodré de Moraes -
Coordenadoria de Comunicação Social.
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