REPORTER POR UM DIA COM PREFEITO FORMIGA HISTÓRIA DA QUADRA 30

28 de fevereiro de 2009

Publicado em: 17 de fevereiro de 2011 por ederson
Em sabatina na CEOF, Eliana Pedrosa
questiona o novo Presidente do BRB.
A deputada Eliana Pedrosa participou nesta quinta-feira (17) da sabatina do novo presidente do Banco de Brasília (BRB), Edmilson Gama da Silva. Eliana quis saber sobre os problemas enfrentados pela entidade monetária e, principalmente, sobre as propostas do novo gestor. Confira a seguir as indagações da parlamentar e as respostas do sabatinado.
Eliana – O BRB não tem tido uma atuação forte como banco de fomento para as áreas agrícola, habitacional e até mesmo industrial, já que sua atuação no PRÓ-DF se deu por imposição de lei e não por política própria do banco. Em que o BRB é forte? O que podemos esperar neste sentido?
Em relação ao fomento, nossa experiência na Caixa durante 28 anos vem prestar bastante possibilidade para que o BRB atinja essa excelência que já teve no passado. Estou relativamente seguro em relação a isso porque o capital intelectual, as pessoas do banco, conhece profundamente essa questão do crédito agrícola, do crédito industrial, do crédito imobiliário. O que a gente precisa é restabelecer algumas parcerias. Vamos atuar, por exemplo, no FGTS. Os grandes bancos atuam com essas operações, que são vultosos. Já estamos em entendimentos com a Caixa neste sentido. A operação spreed do FGTS é relativamente pequena para o banco, mas os negócios agregados e a possibilidade de a gente atuar no segmento imobiliário com esses recursos tornam-se bastante interessante. Outro ponto importante diz respeito ao retorno das nossas operações do plano empresário, com recursos da poupança. Também pretendemos restabelecer parcerias com entidades de classe, de forma a tocar vários projetos em andamento e iniciar outros para voltados à classe média e à classe média baixa. Existe a possibilidade de retomarmos esses financiamentos, sempre pautados pelas orientações do Governo do Distrito Federal.
Eliana – Empresas como a Caesb destinam parte de sua receita para aplicação em projetos socais. O BRB gasta vultosos recursos em publicidade, mas pouco na área de projetos sociais. Quais seus planos para essa área?
A primeira medida que nós tomamos, nesse sentido, foi a suspensão de qualquer patrocínio ou publicidade. Essas operações estão suspensas e os contratos estão sendo revistos. Estamos em contato permanente com a Secretaria de Publicidade e Propaganda. É importante salientar que é essa Secretaria que dita as diretrizes e o banco tem o papel de avaliar se esses patrocínios estão dentro de sua missão, da sua visão e dos seus valores. A partir daí, dentro das regras estabelecidas, essas operações podem ou não ser autorizadas. Hoje o BRB não tem previsto, em seu estatuto, um direcionamento de recursos para microcréditos, como já teve no passado. Talvez uma pequena parcela do seu lucro possa fomentar um fundo e ampliar as operações de microcréditos. É possível o banco cumprir seu papel e ampliar seus recursos.
Eliana – A partir de 2012, por determinação legal, será iniciado o processo de portabilidade. O que o senhor pretende fazer para manter os clientes e quais serão os reflexos para o BRB com uma possível migração desses clientes para outras instituições como o Banco do Brasil?
A proposta central é que tenhamos produtos, taxas e tarifas competitivas, além de um atendimento de qualidade. Foi constituído um grupo de trabalho, com servidores do banco, que está avaliando todos os produtos que temos em vigor. Esse grupo está fazendo uma comparação com os produtos da concorrência e avaliando o que temos de melhor para competirmos no mercado. Temos de deixar o servidor escolher onde ele quer ter a conta. Mas tenho certeza que permanecerá no BRB quando mostramos a ele os benefícios que terá.
Eliana – Quando o senhor foi indicado para o cargo de presidente do BRB, foi noticiado na imprensa que uma de suas missões seria vender parte das ações do banco à CaixaPar. Precede essa notícia?
Eu sou empregado da Caixa de carreira, mas poderia ser do Banco do Brasil ou de um banco privado. Eventualmente sempre uma questão como essa pode ser levantada. A decisão sobre isso cabe ao controlador, ou seja, ao Governo do Distrito Federal. O que eu posso adiantar é que todas as conversas que tivemos com o governador essa possibilidade foram absolutamente descartadas. A proposta é aprofundar a atuação do banco como banco público regional. De forma nenhuma isso foi colocado à mesa. Esse assunto não está na agenda, não está na pauta.
Eliana – Recentemente o BRB contratou uma empresa para trabalhar na recuperação de crédito. Qual é a taxa de inadimplência do BRB? Essa ação de contratar uma entidade privada para recuperação de crédito não demonstra uma falta de eficiência do banco na concessão de crédito? O que está errado?
A inadimplência do banco está dentro dos padrões do mercado, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Não percebemos nenhuma falta de alinhamento. Dependendo da operação, a taxa está em 2% ou 3%. Algumas situações bem menos que isso, dependendo da linha que o banco opera. Recentemente ocorreu uma auditoria do Banco Central e nossa área de controle interno recebeu uma menção honrosa. Evidentemente, como qualquer banco, há coisas para aprimorar, mas em relação a crédito o que precisamos é expandir. Mas não consideramos isso uma deficiência do banco.
Eliana – Temos notícias de que algumas agências fora do território do DF seriam deficitárias. Qual a justificativa para essas notícias e o senhor pretende mantê-las em funcionamento?
Em relação à abertura de agências em Cuiabá e Campo Grande partiu da estratégia de que o BRB pudesse alçar vôo maior e pudesse ser um futuro Banco do Centro-Oeste. Acreditamos que é uma estratégia interessante. Entretanto, primeiro precisamos ser o Banco de Brasília, de todo o DF e do Entorno. Sobre as agências que existem fora do DF, vamos fazer ações junto aos empresários, governo e indústria da região. Já a abertura de novas agências fora do DF está suspensa.
Eliana – O senhor mesmo falou que os órgãos de controle do banco foram elogiados pelo Banco Central. Mas há no mercado informação de que talvez a saúde financeira do BRB não seja tão boa. Pelos 15 dias que o senhor esteve lá, nós podemos acreditar nos balanços apresentados pelo BRB?
Hoje eu estou como diretor-financeiro do BRB e acumulando a presidência interina do banco. Eu tenho responsabilidade enorme sobre esse assunto. O banco tem hoje em caixa mais de R$ 2 bilhões. Somos doadores de recursos no mercado. Temos uma posição extremamente confortável em relação a liquidez. O banco está com seus papéis, seus balanços e seus demonstrativos em fase final de auditoria. Uma auditoria externa, contratada. Mas por uma questão de prudência, tão logo seja finalizada essa auditoria, vamos contratar uma segunda opinião. Tudo para que possamos ter muita tranquilidade em relação a isso. Para mim, os números do banco são números fidedignos. O banco tem credibilidade. Seria uma surpresa absolutamente fora do comum qualquer coisa em relação a isso. O que o banco precisa é atuar mais como banco de fomento. Fonte: Site Eliana Pedrosa.

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